Numa relação de dependência, não há espaço para nossa profissão sair do poço profundo do subdesenvolvimento. Haverá sempre um duplo mecanismo que nos prenderá neste ciclo gangrenoso.
Depender de outras profissões com caracteristicas mais centrais (não-subalternas/prescritoras/tutoras), e a manutenção do sistema de castas profissionais (inter), onde poucos sabem muito (centro) e muitos são doutrinados a concordar que nada sabem ou sabem muito pouco (periferia). Em linhas gerais essa dinâmica duplamente articulada nos prende no calabouço da dependência, que inevitavelmente faz com nosso status de profissão periférica subdesenvolvida mantenha-se ad infinitum.
Essa relação umbilical é tão forte com as profissões centrais, que nossos pacientes recebem alta fisioterapeutica de outros profissionais, sem falar nas clássicas prescrições de fisioterapia por não-fisioterapeutas.